Aos sete anos e com doença rara, karateca mirim dá lição de vida
Miguel Santos Perez vive ligado a um cilindro de oxigênio e encontrou no esporte um grande estímulo para viver e inspirar muitas pessoas.
Miguel Santos Perez, 7 anos, é uma criança que parece viver ainda ligada ao cordão umbilical. Na outra ponta estão sempre um cilindro de oxigênio e a vigilância amorosa de sua mãe, Samara Santos. Mas foi no esporte que ele encontrou um grande estímulo para viver, e o repórter Diego Moraes, o Diego San, foi a Santos para conhecer a história desse menino que nasceu com deficiência de surfactante pulmonar, uma doença que não tem cura e que atrapalha a sua respiração. A substância, presente nos alvéolos, é fundamental para o pleno funcionamento do pulmão. Após a reportagem, o jornalista da TV Globo deu uma faixa amarela de presente de aniversário para o pequeno Miguel.
- Eu tenho que deixar ele fazer as coisas dele, porque é só um fio. Ele tem que aprender a fazer as coisas e ele tá conseguindo. Viver dia a dia – reforçou a Samara, mãe de Miguel.
Com menos de um ano, Miguel já apresentava sintomas de uma doença pulmonar muito grave e ficou em coma induzido por quatro meses. Teve múltiplas infecções, foi traqueostomizado. Foram quatro anos sem saber exatamente qual era a doença. Uma biopsia, realizada há pouco mais de um ano, deu o diagnóstico preciso. O tratamento iniciado logo depois do diagnóstico começou a mudar a vida de Miguel. Ele tirou a máscara e passou a usar um cateter, o que lhe deu mais mobilidade. E o esporte também foi fundamental para a transformação.
- Ele mostra a gente o primor do karatê, que é o espírito de superação e de esforço. Nosso objetivo com o Miguel não é que ele se torne um atleta de alto rendimento, mas que ele viva as experiências que uma criança comum pode viver – disse Altair Peique, sensei de Miguel.
Miguel começou a praticar karatê. Passou a conviver mais com outras crianças, cresceu, engordou. Ganhou mais confiança, descobriu uma nova vida. Ele pode ficar até meia hora sem o cateter, mas, mesmo com o acessório, ele se comporta como uma criança normal.
Recentemente, Miguel participou do Torneio dos Campeões, em dezembro, em São Paulo. A competição de encerramento da temporada da Federação Paulista de Karatê contou com 612 atletas. E Miguel, claro, foi uma das atrações. Não ganhou, ficou triste, mas foi homenageado com uma medalha pela organização do evento. Um justo reconhecimento para quem já teve muitas vitórias na vida.
Fonte: Globo Esporte